02 agosto 2007

Alma: Alimento pra música

Todos já ouviram falar que a música é um ‘alimento pra alma’. É verdade. Porém ninguém falou que a música também se alimenta de nossas almas. Não é metáfora ou misticismo, é apenas uma constatação. A música se alimenta da alma.
Vários artistas que já passaram, e ainda estão nesse mundo, levaram e levam com eles o amargo sabor de se entregar por inteiro ao seu trabalho. Não que isso seja uma coisa ruim, mas é um vida muito desgastante, porém a veracidade das obras, digo, músicas – que afinal são obras de arte – é latente.
Vejamos alguns ícones do rock’n’roll como Jim Morrison, Kurt Cobain, Ian Curtis, Syd Barret, Brian Jones, enfim, a lista é gigantesca. Todos esses artistas foram devorados pela música através de suas almas. Alguns induzidos por outros instrumentos de manipulação(drogas), outros por não suportarem as pressões do show business e suas conseqüentes invasões de privacidade, passando de pessoas à ídolos, onde o que representam é apenas sua imagem. E a multidão não quer saber se essa pessoa que está sendo vendida tem um coração batendo e uma vida conturbada, ou mesmo problemas normais como qualquer outro cidadão.
O que leva um artista a compor, senão a necessidade de jogar para o mundo um grito de angústia, dor, amor, delírio, raiva, felicidade, ou qualquer outro sentimento que precisa sair de sua alma. Os aspectos místicos da criação foram sendo derrubados aos poucos através da psicologia, mas ninguém além do que o próprio artista saberá explicar o que acontece no momento da criação. Existe uma aura mística e espiritual de contato com os seus sentimentos mais profundos e inconscientes.
Partindo para uma outra área do conhecimento, porém também artística, apenas para exemplificar, tomemos como modelo, o movimento surrealista. Pintores como Salvador Dali, conseguiram entrar em contato com o seu inconsciente, tornando o mundo imaginativo, onírico, também um mundo real. Outro movimento da arte moderna que pode servir como exemplo é o expressionismo abstrato de artistas como Jackson Pollock, De Kooning, expressaram seus sentimentos através de suas pinturas cheias de emoção, fortes, vivas. Pollock mesmo afirmara que devia muito de suas inspirações aos conceitos psiquiátricos de seu tratamento contra a desintoxicação alcoólica.
Todos estes exemplos serviram para ilustrar meu pensamento de que a música consome as nossas almas. Inevitavelmente. Basta ter algum tipo de emoção ou sentimento, deixar os sons levarem seu inconsciente até o infinito, para sentir.

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